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Sobrevive-se

Sobrevive-se

26
Fev21

Livros

Costa

São velhos (terrível palavra, por cá), velhos de muitas décadas; têm frequentemente as marcas do desprezo, do longo abandono nas casas por "desmanchar" - onde foram mais encargo do que legado -, da humidade, do manuseamento sem cuidado, um mínimo de respeito. Não formam, manifestamente, conjuntos aceitáveis numa estante de alguém bem sucedido, pelos padrões decorativos - esses, os decorativos - que interessam. Diferentes entre si, encadernados uns, de lombadas pouco melhor do que arruinadas outros, todos ou quase francamente envelhecidos. Um ou outro resistiu melhor; mérito decerto da sólida encadernação. Alguns têm o que, creio, se chama "marcas de posse": dedicatórias, assinaturas, datas, sublinhados, anotações; nomes que nada me dizem, mas me merecem respeito. Muito. Mereceram eles, há tempo, respeito. Os nomes e os livros - ou gosto de assim pensar - e agora respeito-os eu. 

Amigos ou conhecidos que nos alertam para o espólio de familiares que partiram, ou que apenas envelheceram, livros que vão "deitar fora se ninguém ficar com eles" - assim, nessas palavras - e "não quereríamos dar uma olhadela naquilo?". Foi assim, recentemente. E cada vez mais os alfarrabistas; que visitava bem esporadicamente e de quem a bizarria do tempo que se vive me fez cliente "online". E fez pior, deu-me vontade de o continuar a ser.

Vem isto a propósito dos dois que tenho em mãos por estes dias. Nem tão antigos quanto isso, afinal, mas a que só consegui chegar dessa forma. Um e outro com marcas de um passado digno, creio. E  sofrido, tenho a certeza (é uma evidência, num deles). Fico feliz por lhes dar uma nova vida. Ou prolongar a que têm. E, quanto puder, com a consideração que merecem.

 

25
Fev21

Por isso é que ele é ministro.

Costa

Nada de novo, a culpa é nossa. Mais uma vez. E assim, com irrepreensível limpidez, fica tudo explicado. Di-lo o sr. ministro e não parece ocorrer sequer a ideia de muito respeitosamente o defenestrar. Percebe-se porquê: se à primeira qualquer um pode cair e à segunda só cai quem quer, o soberano português - o povo, o eleitor - quer muito. Muito, mesmo.

De modo que tem o sr. ministro toda a razão, a culpa é nossa. Por isso é que ele é, continua a ser, ministro.

13
Fev21

Está está tudo bem assim

Costa

O sr. presidente, parece, proibiu proibir a venda de livros. O sr. primeiro-ministro parecia muito justamente enfadado. Livros, essa coisa potencialmente subversiva e que até pode convidar a pensar. O que em tempos de pandemia é manifestamente uma tremenda fonte de contágio (pior, de morte!). Além de que ninguém de esquerda e patriota os pode, por estes dias - se alguma vez -, tomar como bem essencial.

O que vale é que quase ninguém lê. De modo que deixem lá vendê-los; desde que não em livrarias, claro, esses antros de sedição

E está tudo bem assim.

 

 

 

 

05
Fev21

Impõe-se.

Costa

https://observador.pt/opiniao/distopia-a-portuguesa/

Outros já o fizeram, hoje, na blogosfera. Mas impõe-se que aqui se faça também. Uma pena ser apenas para assinantes, pois é verdadeiro serviço público. Ou deveria ser. Em qualquer caso, desde quando os destinatários, por cá, do "serviço público" querem saber destas coisas? Nem eles, nem quem tem a responsabilidade de o prestar.

 

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