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Sobrevive-se

Sobrevive-se

24
Abr24

Também tu?

Costa

Que o homem anuncie publicamente, revela a imprensa de hoje, o corte de relações com o filho, isso e a hierarquia dos netos no seu coração, é coisa para deixar o cidadão momentaneamente perplexo. Mas não surpreendido: faz parte do estilo "selfie" (que vai funcionando) e a vida continua. É o que é. A família (os outros netos, desde logo) entender-se-á e desejavelmente em privado.

Agora, aceitar também publicamente, revela-o também a imprensa de hoje, que o país tem que pagar pelos crimes (aos olhos de hoje, mas praticados - aqueles de facto praticados e como tal qualificáveis - há centenas de anos e regidos pelos critérios do tempo) da escravatura e massacres coloniais...

Deu em woke, é apenas legítimo considerar, o catedrático de direito. E sendo ele quem é na hierarquia do Estado, a coisa assusta.

20
Abr24

TVDE.

Costa

Vejo-os à minha volta, no pára-arranca inevitável da cidade, e lembro-me melancolicamente deles há ainda não muitos anos: impecavelmente lavados (por fora; dentro, irrepreensivelmente limpos e com a garrafa de água e os rebuçados - nem que como mera gentileza simbólica -aguardando o cliente). Conduzidos - serenamente conduzidos - por pessoas de aparência cuidada e sem formalismos excessivos. Apenas isso, que já é tanto, gente educada, lavada e, digamos, "bem arranjada".

Vejo-os à minha volta, agora, enquanto numa manobra de recurso escapo à colisão com que um deles, sujo e batido, num ziguezague frenético e de bem flexível interpretação do código da estrada (conhecê-lo-á, o nosso?), parecia apostado em brindar-me. Vejo-os à minha volta, enquanto regresso a casa, pelo caminho de sempre, e ocorrem-me estas memórias.

Reaccionárias, sem dúvida.

 

 

12
Abr24

Ditosa pátria.

Costa

A pátria (entenda-se, a imprensa - impressa ou não - e a opinião publicada) estremece convulsa, prolixa e largamente horrorizada, a pretexto da apresentação do programa do governo e da associada berraria parlamentar (e, não se ignore, de certo livro recentemente apresentado). Na rua permanece a propaganda eleitoral (a imensidão de cartazes), um mês - um mês completo - depois das eleições, enquanto a esquerda ocupa sofregamente o que ainda aí resta livre com inflamadas e panegíricas mensagens serôdias a pretexto do cinquentenário da sublevação militar de que expeditivamente se apropriou e da sanguinária tirania que, não fosse o que apesar de tudo se conseguiu fazer, nos teria generosamente legado.

Seria uma questão de higiene elementar remover atempadamente as primeiras e ter ultrapassado há uns bons anos a receptividade às segundas. Mas nem uma coisa nem outra.

Ditosa pátria (assim mesmo, com "p", por uma questão de decência).

09
Abr24

Identidade e família.

Costa

Identidade e Família, o nome de um livro ontem apresentado e que deixou em histeria moralista, de bizarra moral - incapaz de esconder ânsias proibicionistas ("cancelamento", parece ser por estes dias a designação consagrada e virtuosa) - a esquerda e a sua tão querida superioridade intelectual. 

Não é sequer necessário estar de acordo com o que nele deixaram os seus autores; poder-se-á até estar em frontal desacordo com alguns. É sim por um imperativo de apego à liberdade de pensamento e expressão - coisa que boa parte da esquerda, a mais vocal, sempre tomou como um mero instrumento e seu exclusivo privilégio, a negar categoricamente a quem não siga a sua cartilha, e a outra parte da esquerda sempre se dispõe a desvalorizar se tacticamente (nem de estratégia se poderá falar), lhe parecer conveniente - que se impõe comprar esse livro. Por isso e por ser afinal fácil antever, e isso em nada lhe diminuindo o mérito, que muito do que lá está escrito será coisa de cristalino bom senso.

Tem que ser assim. Ou não provocaria tão lancinantes acessos aos zelosos polícias das novas virtudes.

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