A crise política e suas graves preocupações.
Nada de novo: nos sucessivos, imparáveis, torrenciais debates e comentários que nos são servidos pelas estações de televisão (no caso, SIC Notícias e CNN Portugal; a coisa não variará muito, decerto, no tempo que as restantes, generalistas, nacionais, dediquem ao noticiário), desde algures pela manhã de ontem, a grande preocupação - logo seguida pela sorte dos fundos do PRR (se vão ser aplicados, melhor, derretidos, ou não, porque sendo-o já se sabe que o serão pela insaciável coisa pública e sob critérios especialmente peculiares) - de boa parte dos preocupadíssimos comentadores, especialistas e politólogos é o efeito disto tudo sobre a proposta do orçamento do estado no que concerne às promessas a seu propósito feitas ao funcionalismo público e aos pensionistas.
Ou seja, as promessas de aumentos do costume aos destinatários do costume, para sossegar os do costume. Os que, a todo o custo, não convém irritar. Os que decidem eleições, ganhas por quem cai nas suas boas graças. Ou pelo menos no seu resignado apoio. O resto - os outros, os que vão pagando isso tudo, isto tudo - pouco interessa. Pode esperar e nada ter.
E, claro, como e quando se entender necessário, pagar mais.