Dos gostos das massas.
É coisa já velha, de anteontem, na imprensa e não só, e não parece ter provocado o mais leve estremecimento nas massas e em quem as (nos) pastoreia. O que é, tudo visto, muito natural. O director nacional da PSP, elaborando sobre os requisitos de segurança de alguns jogos de futebol - o futebol profissional, essa escola de virtudes - disse, entre outras considerações assustadoras mas nada surpreendentes e como seu corolário, "... evitamos desastres todos os fins-de-semana. Assemelham-se a preparativos para uma guerra."
A coisa de facto não produziu qualquer comoção, dissipou-se sem mais, rapidamente, entre a abundância com que vamos sendo servidos, por exemplo, a propósito das culpas infindas dos grandes merceeiros nos males da pátria. Sendo assim certo que há uma guerra civil latente, por vezes mais do que latente, reiterada e metodicamente fomentada por figuras públicas e grupos tranquilamente acima da lei e com extraordinária importância junto da comunicação social, sedenta aliás destas coisas, essa é na verdade uma guerra civil muito útil. Muito útil desde logo para o poder. Que, de substantivo, nada faz para a debelar.
E as massas gostam disso. Genuinamente.