Ide para o Algarve.
"Um poema geológico. A beleza absoluta.", escreveu Correia da Rocha. E resistem, esse poema e essa beleza, continuam sendo-o, apesar das malfeitorias ignóbeis que nas suas margens os homens vão fazendo.
O Douro que nestes dias de Agosto alguma chuva suave recebeu. Doce, o verde ainda mais verde, a paisagem macia. E infinda, quando o céu abre. O retórico inferno de três meses, por uns dias não o é. E silêncio. Abençoado silêncio.
Parece que bom, patriota até, é o Algarve, transportando para sul os subúrbios deprimentes, sobrepovoados e de "arquitectura" de dormitório. O caos urbanístico, o trânsito, o barulho, as noites dementes. E a desordem, a poeira, o calor e a luz sufocante. O triunfo dos bárbaros. A Brandoa de frente para Marrocos. Talvez este ano parte disso o seja um pouco menos. Excepcionalmente.
Em todo o caso, preservemos o que ainda se pode salvar. Ide, ide em massa para o Algarve.
