Que não seja (muito) pior.
Faz parte. Será sincera manifestação, automatismo já acrítico, imposição dos costumes, imperativo de educação. Há uns anos, num cartão de boas festas ou num telefonema parcimoniosamente gerido; pois os "períodos" contavam e pagavam-se. Agora em enxurrada de "sms", "whatsapps", coisas afins. Tantos com o genuíno esforço e genuinidade de um reencaminhamento de reencaminhamentos. Quase todos com animações, desenhos ou fotografias mais ou menos felizes, infantilizantes ou apenas cretinos (quase sempre em inglês, ou em regra, por cá, em "brasileiro").
Mas desejá-los felizes, excelentes, cheios dos mais bondosos superlativos próprios da época, os próximos doze meses, chegados onde chegámos e face ao que todos sentem e quase todos antecipam, não sendo assustadora ignorância do que exuberantemente nos rodeia, fé fanatizada nos que por cá dizem nos ir governando, ou cinismo, há-de ser ingenuidade.
Momentos felizes, todos decerto teremos. Felizmente. Mas momentos. O ano - e que seja com saúde, enfim - será de cerrar os dentes, tentar conter danos e continuar. E que não seja (muito) pior do que este que acaba.