Trata?
"O jogador mais caro de sempre, no clube". Diz, há minutos, a senhora que apresenta as notícias. Num canal televisivo de referência, tendo em conta as três letras que o identificam (mas nos outros é, tudo visto, a mesma coisa).
Que é, parece, o que interessa. Isso e o pontapeador de bola de outro clube ("clube?") e seu dirigente que hoje terão embarcado, num aeródromo português, em jacto privado, para Londres (ou lá perto) onde um suposto grande clube da pátria faz um estágio pré-época (sim, caminhamos para o deserto, assim parece, mas já não há relva, por cá?). O que está, também, muito bem.
Lá, algures na Pérfida Albion, eles passam o seu estágio e peroram, os pontapeadores da bola, com solene expressão, ante as submissas e salivantes câmaras das estações televisivas tugas (os "tugas" mal sabem da origem desta palavra; ou se calhar até sabem e acham muito bem), com, em fundo, abundância de cartazes publicitários absolutamente tugas. Mas está, tudo visto, muito bem. As coisas são o que são e, no limite, só têm que ser legais ( é triste, mas é assim). Se o fisco os tratar, aos pontapeadores da bola e a quem gravita em torno deles ("dirigentes" e afins), como trata o comum cidadão.